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Foto do escritorDr. Pedro Shiozawa

O custo de não investir em saúde mental

Atualizado: 16 de abr.




De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com um problema de saúde mental. É provável que um dos seus colegas mais próximos esteja entre eles - ou que você próprio esteja. Já vi, em primeira mão, como as doenças mentais podem ser confusas, devastadoras e consumistas para os colegas e os seus familiares.


Durante a pandemia, muitas empresas reforçaram o seu compromisso com os programas de assistência e aconselhamento aos trabalhadores em resposta ao esgotamento, ao isolamento e à solidão. Muitos líderes falaram publicamente pela primeira vez sobre a importância da saúde mental.


Mas há muito mais a se fazer. Após a pandemia, estamos menos saudáveis do ponto de vista psicológico do que antes. Isto é especialmente verdade para as mulheres, que assumiram de forma desproporcional responsabilidades adicionais de cuidados e tarefas domésticas, e para os jovens, que tiveram menos oportunidades de interagir com os seus pares.


A prevalência da ansiedade e da depressão, as duas perturbações de saúde mental mais comuns, aumentou 25% durante o primeiro ano da pandemia, de acordo com a OMS.


Para além do incalculável custo humano, pesquisadores estimam que, só por causa da ansiedade e da depressão, se perdem 12 bilhões de dias de trabalho por ano, com um custo de quase 1 bilhão de dólares. No Canadá, o custo da saúde mental ultrapassa os 220 bilhões de dólares por ano, de acordo com um relatório recente do Boston Consulting Group.


Este valor inclui tanto os custos diretos, como as despesas com os cuidados de saúde, como os custos económicos indiretos sob a forma de absenteísmo, demissão silenciosa e taxas de participação laboral mais baixas. Isto equivale a 10% do PIB do Canadá.


Mas então, o que as empresas podem fazer para apoiar a saúde mental dos seus colaboradores?


1. Comunique-se


O primeiro passo é: seja comunicativo. Apesar dos progressos, a saúde mental ainda carrega um estigma. Se o diretor executivo e outros membros da liderança falarem regularmente sobre a importância da saúde mental, é mais provável que os colaboradores sejam incentivados a procurar ajuda.


2. Seja um modelo e um aliado


Caso esteja passando por um problema de saúde mental, considere ser um modelo a seguir; se não estiver, ofereça o seu apoio, orientação e compaixão àqueles que estão enfrentando dificuldades.


3. Ofereça recursos e programas


As empresas devem oferecer apoio para toda a gama de experiências e condições de saúde mental. Mas esses programas só serão tão eficazes quanto a cultura corporativa que incentiva os funcionários a procurar ajuda sem medo.


4. Dê formação aos seus gestores


A maioria dos colaboradores conhece e confia nos seus chefes. Os gestores podem ser a primeira linha de ataque na criação de um plano para ajudar os seus colaboradores. 

Estudos comprovam que a depressão custa às empresas brasileiras mais de R$ 300 bilhões em perda de produtividade anualmente. Em adição, somos o país mais ansioso do mundo segundo a OMS.


Estes são apenas alguns dos inúmeros dados que reforçam a importância de endereçar a saúde mental como cultura nos negócios. Não é apenas uma questão de reduzir custos, mas sim, de investir nas pessoas para que elas estejam sempre no seu melhor.

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