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Cultura de saúde mental: como construir na sua empresa e prevenir adoecimentos

Atualizado: 23 de jan.


Imagem de duas pessoas apoiando as mãos uma sobre a outra em gesto de compreensão. No texto, escrito: "Cultura de saúde mental: como construir na sua empresa e prevenir adoencimentos"
Cultura de saúde mental | Artigo exclusivo Great People


Cultivar uma cultura de saúde mental nas empresas é cada vez mais relevante no cenário atual. Essa é uma forma de gerar impactos positivos para pessoas e para as empresas, que veem um aumento na satisfação, no desempenho e na retenção de talentos. Não é por acaso que, nas 100 Melhores Empresas Para Trabalhar dos EUA, 83% dos funcionários dizem que o ambiente de trabalho é psicológica e emocionalmente saudável.


Além disso, essas 100 companhias tiveram um aumento de 7% na produtividade em 2023, o que é quase o dobro do resultado de 4% no ano anterior. A performance também é superior que os demais negócios do país, já que a produtividade nos EUA diminuiu 1,3% de 2021 a 2022, por exemplo.


Nesse contexto, é relevante ter ações e iniciativas diversas para a saúde mental, como benefícios específicos. Porém, o RH precisa ir além e focar na construção de uma cultura que realmente promova a saúde emocional das pessoas — o que, inclusive, ajuda a aumentar o engajamento nas iniciativas disponibilizadas.


Neste artigo, apresentamos estratégias práticas e acionáveis para consolidar uma cultura de saúde mental na empresa. Confira!


A necessidade de cuidar da saúde mental no ambiente corporativo


A saúde mental no local de trabalho é um desafio para muitos colaboradores, o que gera implicações para as empresas. O alto nível de estresse, a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional e até situações mais graves, como de assédio, afetam o emocional dos colaboradores.


De acordo com a pesquisa “Trabalho Ideal”, a saúde mental é um tema de grande relevância para trabalhadores de diferentes nichos. Quando perguntados se acreditam que o trabalho impacta negativamente alguma área da vida, 48,6% dos participantes disseram que sim. Entre quem respondeu afirmativamente, a saúde mental foi citada em 80,3% das respostas.


Para comparação, o segundo lugar ficou com a saúde física, que apareceu com 41,9% — pouco mais da metade das citações de saúde mental. Esses dados ajudam a demonstrar que o bem-estar psicológico é, por larga diferença, o principal afetado quando o trabalho prejudica algum aspecto da vida de uma pessoa.


Não é por acaso que, na mesma pesquisa, os benefícios de saúde mental e bem-estar ficaram em 4º lugar (61,3%) entre os fatores essenciais na busca por um novo trabalho. Os três primeiros lugares foram ocupados pelo alinhamento com valores e propósito (72,2%), flexibilidade (66,9%) e remuneração (64,2%).


Ou seja, para os respondentes da pesquisa, os benefícios de saúde mental são quase tão relevantes quanto a própria remuneração de determinada posição.


Apesar da relevância desse tema, a maioria das empresas ainda não oferece o suporte psicológico que os colaboradores desejam. De acordo com o relatório “Flexibilidade no Trabalho”, apenas 28,7% dos respondentes têm acesso ao benefício de apoio psicológico. Embora essa não seja a única medida a ser adotada, os números demonstram que existe uma urgência em cuidar da saúde mental do capital humano — e que ela não está sendo totalmente atendida.


Isso nos leva a outros dados alarmantes, como aqueles apresentados pelo Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS). De acordo com o órgão, em 2022, quase 210 mil pessoas foram afastadas do trabalho por condições relacionadas à saúde mental, incluindo depressão e distúrbios emocionais. Esse número representa um aumento de 4,5% em relação a 2021.


Por outro lado, o investimento nesse sentido tende a ajudar o bem-estar dos profissionais e favorece o desempenho das companhias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada US$ 1 investido na saúde mental dos trabalhadores gera ganhos de US$ 4, devido ao aumento da produtividade.


Os desafios de criar uma cultura de saúde mental


Embora o tema seja altamente relevante e esteja entre as demandas das pessoas no trabalho, é importante ressaltar que existem diferentes níveis de maturidade nas empresas quando o assunto é saúde mental. Isso significa que podem haver obstáculos na hora de implementar uma cultura centrada no bem-estar das pessoas, como:


  • preconceitos ou falta de conhecimento sobre questões de saúde mental.

  • dificuldades no reconhecimento dos sinais que indicam a necessidade de pedir ajuda.

  • práticas da empresa incompatíveis com o cuidado com a saúde mental.

  • resistência à mudança, em especial da cultura corporativa.

  • falta de capacitação das lideranças.

  • manutenção do engajamento em longo prazo.

  • falta de visibilidade sobre os passos necessários. 

  

Para enfrentar esses e outros desafios que tendem a surgir é fundamental ter uma boa estratégia, que inicia com o mapeamento emocional da empresa e se traduz em um plano de ação. Nesse sentido, o apoio profissional qualificado é essencial, inclusive pensando no treinamento de líderes e na sensibilização de toda a empresa.


Ao mesmo tempo, é preciso destacar que as soluções devem ser adaptáveis. Somente dessa maneira é possível garantir que as necessidades reais do time e das pessoas sejam atendidas.


O fato é que, ao enfrentar as resistências, aumentam as chances de a cultura de saúde mental realmente ser consolidada no negócio. Isso gera impactos positivos tanto para as pessoas colaboradoras quanto para as companhias, que tendem a ver mais engajamento e lucratividade. Há, ainda, redução no turnover e melhoria no employer branding ou marca empregadora.


O processo de identificação e prevenção

Para tornar mais efetiva a atuação visando a saúde mental no trabalho, também é essencial realizar um processo eficiente relacionado à identificação e à prevenção de problemas nesse sentido. Logo, o RH e a gestão devem atuar para garantir que os sinais de alerta sejam percebidos precocemente, permitindo uma atuação mais eficiente.


Nesse contexto, veja quais são algumas medidas práticas que podem ser adotadas para alcançar esses objetivos!


Mapeamento de equipes

O processo deve começar com um mapeamento da saúde emocional dos colaboradores, o que deve ser feito com a ajuda de especialistas. Dessa forma, é possível compreender características como: possíveis riscos de burnout nas equipes, estilos de liderança, pilares de engajamento e nível de satisfação dos colaboradores em relação ao ambiente de trabalho.


Como esse mapeamento serve para medir a temperatura emocional da equipe, ele embasa as direções que devem ser seguidas. É com essas informações e os insights dela decorrentes que se torna possível individualizar as estratégias de ação.


Pensando no apoio de profissionais, a Great People Mental Health oferece como um de seus serviços o mapeamento emocional nas empresas. A partir de um planejamento, que inclui os limites do mapeamento, é possível ter uma visão holística da empresa em termos emocionais, o que dará origem a um plano bem embasado.


Realização de programas de sensibilização da empresa

Criar uma cultura de saúde mental requer que o tema seja tratado sem os tabus que o cercam. Como ainda existem barreiras relacionadas às questões de saúde mental no ambiente de trabalho, o primeiro passo é implementar medidas de sensibilização da empresa como um todo.


É interessante, por exemplo, realizar workshops e treinamentos, tanto para lideranças quanto para liderados. A ideia é naturalizar cada vez mais o tema no dia a dia do negócio, garantindo uma atuação mais alinhada e que seja verdadeiramente significativa.


Investimento na educação sobre saúde mental

Também é fundamental investir, de modo geral, na educação relacionada ao tema. Os treinamentos voltados para os temas mais críticos na companhia são ferramentas especialmente relevantes e que ajudam na construção de uma cultura sólida.


Pense no caso de uma empresa que identifica o risco de burnout nos funcionários ou em determinadas equipes. Realizar treinamentos sobre o tema ajuda as lideranças a identificarem os sinais em seus liderados quanto os colaboradores em relação a seus pares.


Criação de um ambiente de segurança psicológica

Outro ponto essencial envolve a criação de um ambiente de segurança psicológica. Isso não significa colocar lideranças no papel de profissionais de psicologia, mas sim permitir uma gestão emocional mais fluida e eficiente.


No geral, focar em criar um ambiente desse tipo é fundamental para que as pessoas tenham a chance de pedir ajuda quando precisarem. Assim, se um profissional se sentir próximo de sofrer um burnout ou de encarar outra questão psicológica, será possível buscar a liderança, em busca de apoio e das ferramentas necessárias de enfrentamento.


Os elementos essenciais para uma cultura de saúde mental


Depois de entender quais são alguns dos aspectos relevantes para identificar e prevenir problemas psicológicos nos talentos, é preciso dar o próximo passo. Isso significa conhecer os pilares de uma cultura de saúde mental.

Na prática, ela é composta por elementos essenciais e que são comuns a companhias de diferentes segmentos e setores. Veja quais são esses pontos!


Atuação customizada

Embora haja diversos elementos presentes em uma cultura de saúde mental, é preciso considerar que não existe uma fórmula que funcione de modo indiscriminado. Não existe “receita de bolo” nesse sentido — e por isso a customização é tão relevante para desenvolver e consolidar essa cultura.


Um dos diferenciais das empresas que investem estrategicamente em saúde mental é entender o que de fato engaja os seus times. Isso possibilita a criação de planos de ação que trazem inúmeras vantagens, como: aumento do engajamento e produtividade dos colaboradores, maior adesão aos benefícios ofertados, redução de afastamentos e menores índices de turnover.


Comunicação aberta

A criação de uma cultura de saúde mental é altamente dependente de uma comunicação aberta, em especial com a gestão. É preciso que as lideranças estejam dispostas a tratar desse assunto com todo o time, de modo a superar o estigma sobre o assunto e aumentar a conscientização sobre o tema.


A comunicação aberta também facilita a detecção precoce e a prevenção de problemas relacionados ao bem-estar emocional. Ainda, ela ajuda a estabelecer um ambiente de maior confiança, serve para identificar necessidades e embasa políticas mais efetivas.


Apoio psicossocial

Já o apoio psicossocial é composto por diversas estratégias voltadas ao bem-estar. Elas envolvem desde a prevenção e identificação precoce dos sinais até a ajuda no enfrentamento de desafios desse tipo.


Por suas funções, ele é essencial para criar uma cultura de saúde mental, já que oferece diversos mecanismos de cuidado nesse sentido. Além disso, a sua existência ajuda a garantir mais conscientização sobre o assunto e ainda aumenta o engajamento do time com questões relacionadas a esse nível de bem-estar.


Flexibilidade

Cada vez mais a flexibilidade é vista como um elemento indispensável para as relações de trabalho. Ela se manifesta em aspectos como a flexibilidade geográfica e de horários, tornando o trabalho mais adaptado à rotina e às necessidades de cada pessoa colaboradora.


Inclusive, a oferta de flexibilidade interfere nos cuidados que os indivíduos têm com o próprio bem-estar. Segundo o relatório “Flexibilidade no Trabalho”, 83,1% dos respondentes afirmaram que cuidariam melhor da saúde física e/ou mental se tivessem mais flexibilidade no trabalho. Em segundo lugar, 56,8% disseram que aproveitaram mais a família e em terceiro lugar, 54,9% afirmaram que investiriam mais na própria educação.


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As estratégias e programas para adotar

Construir os pilares necessários para uma cultura de saúde mental exige a implementação de determinadas estratégias e programas orientados ao assunto. Essas soluções têm a principal função de servir como recursos tangíveis aos funcionários, permitindo que as pessoas busquem o apoio necessário — seja em termos de conhecimento e conscientização ou de suporte psicológico, por exemplo.


Confira algumas das possibilidades!


Palestras, workshops e rodas de conversa

Falar sobre saúde mental é essencial para tirar o estigma do tema e tornar os profissionais mais conscientes sobre a importância do assunto. Nesse contexto, é interessante considerar a realização de palestras e workshops, por exemplo. Essas ferramentas também servem para abordar assuntos específicos e que façam sentido para as necessidades específicas de cada time.


Já as rodas de conversa são desenvolvidas com grupos focais e trazem ainda mais personalização para o cuidado com o bem-estar emocional. Desse modo, é possível atuar sobre questões específicas, de modo mais personalizado e próximo.


Curadoria de conteúdo

Outra estratégia para implementar envolve a curadoria de conteúdo. Ter o apoio de informações referentes à saúde mental ajuda a trabalhar questões relevantes para o time, de forma acessível e confiável.


Além disso, o conteúdo pode ser disponibilizado em diferentes formatos, como vídeos, e-books, palestras e outros formatos. Assim, há como contar com o apoio de especialistas para causar um impacto positivo e real na rotina do time.


Treinamento de lideranças

O treinamento de lideranças também é essencial para implementar uma cultura de saúde mental na empresa. Por meio de programas de capacitação, há como promover o autocuidado entre as lideranças e torná-las aptas a ajudar os times — inclusive de modo preventivo.


Um dos principais objetivos de utilizar esse recurso é garantir um alinhamento de todos os níveis de liderança. Isso permite consolidar a cultura desejada e torna mais efetiva a sua propagação entre os liderados.


A mensuração de resultados


Além de entender quais iniciativas colocar em prática e como fazer isso, é necessário ser capaz de medir e avaliar os resultados. Para o RH, uma das formas de fazer essa análise é por meio da pesquisa de clima organizacional.


Em geral, um cuidado maior com a saúde mental diminui os níveis de estresse das pessoas, reduz conflitos e tende a criar uma percepção mais positiva. Também vale destacar medidas como o número de afastamentos de trabalhadores por questões de saúde mental ou até mesmo o turnover após a implementação das ações. 


Ainda, existe a possibilidade de recorrer a uma certificação quanto ao cuidado com a saúde mental de lideranças e dos times. Por meio dela, é possível atestar e comunicar com clareza o sucesso dos esforços implementados em busca do cuidado com o bem-estar emocional de todos.


Conclusão

Criar e implementar uma cultura de saúde mental traz diversos benefícios para as pessoas e para os negócios. É possível ter colaboradores mais satisfeitos, engajados e eficientes, além de menos afastamentos. A empresa também consegue aumentar seu grau de produtividade, melhora sua capacidade de atrair e reter talentos e tem menos gastos nesse sentido.


Ao RH, cabe o papel de assumir uma função central e indispensável na promoção do bem-estar emocional em suas organizações. Com isso, é possível ver esses e outros efeitos refletidos no dia a dia do negócio.


Tem interesse em desenvolver e implementar a cultura de saúde mental no seu negócio? Conte com o apoio da Great People Mental Health nessa construção!

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