Criar um bom ambiente para trabalhar envolve diversos componentes e um deles é a existência de uma cultura inclusiva. Ela se relaciona a um ambiente no qual todas as pessoas — independentemente de raça, gênero, orientação sexual, idade e outros fatores — são igualmente valorizadas e têm oportunidades equitativas.
Quando a empresa implementa uma cultura com essas características, ela não ajuda apenas a sociedade a se tornar mais justa. Também é possível gerar impactos positivos para o negócio e para a marca, ajudando no alcance dos objetivos estratégicos.
Quer entender como colocar essa cultura em prática? Continue a leitura e veja 7 estratégias para tornar a empresa mais diversa!
Benefícios de ter uma cultura inclusiva
Colocar a inclusão em prática traz diversas vantagens para o negócio, inclusive financeiros e operacionais. Então, além do ponto de vista ético e social, há um aspecto relacionado ao bom desempenho no mundo dos negócios.
A seguir, entenda quais são os principais benefícios de investir nesse sentido!
Melhoria na reputação e destaque no mercado
As empresas que são bem-sucedidas em construir uma cultura de inclusão costumam aproveitar níveis melhores de reputação e obtêm destaque no mercado, o que aumenta a competitividade.
No geral, 68% das companhias com programas sólidos de diversidade e inclusão relataram um impacto positivo elevado na percepção de marca.
Essa melhoria na imagem é importante tanto para atrair talentos quanto para captar consumidores — em especial, os das novas gerações. Uma pesquisa demonstrou que 80% de integrantes da Geração Z que responderam ao estudo disseram ser importante que as marcas tratem de diversidade e inclusão.
A questão é tão séria que cerca de 75% dos consumidores da Geração Z estão dispostos a boicotar marcas que discriminem por raça ou sexualidade, por exemplo. Logo, tratar corretamente da inclusão ajuda a moldar a percepção do público sobre o negócio e seus impactos.
Atração de talentos
Cuidar da inclusão no ambiente de trabalho também é uma forma de potencializar a atração de talentos. Para entender melhor como isso funciona na prática, vamos considerar os dados do estudo “Melhores Empresas Para Trabalhar™ 2024”, do GPTW Brasil.
Segundo o estudo, nas Melhores Empresas para Trabalhar, 91% das pessoas sentem que podem ser elas mesmas. Em partes, isso se deve ao compromisso evidente das organizações premiadas em fomentar a equidade e inclusão em seus ambientes.
Na prática, 51% delas têm programas afirmativos de contratação, buscando reduzir desigualdades. Além disso, 90% têm algum grupo, área ou comitê responsável pelo combate à discriminação e pela promoção à diversidade.
Um dos efeitos é que o número de currículos dessas empresas bateu recorde no último ano, atingindo 21,8 milhões de resumos profissionais. Isso demonstra a força da marca empregadora das Melhores Empresas para Trabalhar.
Criar uma percepção positiva como essa facilita a tarefa de atrair os melhores talentos. Como consequência, os processos de recrutamento se tornam mais efetivos e, posteriormente, os resultados tendem a ser melhores com o trabalho em equipe.
Mais engajamento e satisfação
Tão importante quanto atrair bons talentos é fazer com que eles se engajem e permaneçam no negócio. Nesse sentido, a consolidação de uma cultura inclusiva é fundamental, já que ela ajuda a aumentar o engajamento e a satisfação dos colaboradores.
O principal motivo é que o clima organizacional se torna mais positivo e o ambiente de trabalho é mais favorável. Ainda, há um estímulo ao senso de pertencimento, o que faz com que o time se identifique mais com a empresa e fique mais motivado.
De acordo com dados de uma pesquisa do Great Place to Work, as ações de diversidade e inclusão podem aumentar a permanência das pessoas em até 5,4 vezes. Sendo assim, há uma redução significativa no turnover, além de mais integração entre os times e profissionais.
Mais inovação e criatividade
A inclusão também é uma força motriz para estimular a criatividade e a inovação no ambiente de trabalho. Isso ocorre porque se torna possível reunir diferentes perspectivas, experiências e habilidades — e pessoas com origem e vivências diferentes trazem novas soluções e ideias.
É por isso que dados mostram que empresas com alta diversidade geram até 45% da sua receita por meio da inovação, enquanto nas menos diversas essa taxa fica em torno de 26%.
Na prática, o estímulo à inovação e a criatividade são essenciais para ajudar a criar uma cultura de experimentação e aprimoramento constante. Como consequência, a companhia se torna mais competitiva no mercado.
7 estratégias para construir uma cultura mais inclusiva
Para alcançar esses e outros resultados, a construção de uma cultura de inclusão deve ser estratégica. É preciso traçar um plano efetivo para garantir uma transformação estrutural, duradoura e que faça sentido para o negócio.
A seguir, descubra quais são 7 estratégias para colocar em prática e ter uma cultura mais inclusiva!
1. Diagnóstico da diversidade para entender pontos de melhoria
Antes de colocar em prática qualquer medida é fundamental identificar barreiras e oportunidades de inclusão. Por isso, a primeira estratégia para colocar em prática é o diagnóstico da diversidade.
Uma das formas de fazer esse levantamento é começar com uma análise de dados demográficos da equipe, considerando informações como gênero, idade, etnia, possíveis deficiências e outros pontos relevantes.
Também é interessante realizar uma avaliação qualitativa, o que inclui pesquisas anônimas sobre o clima organizacional e a atuação com grupos focais. A ideia é verificar quais são as percepções sobre a equidade no ambiente de trabalho, bem como reconhecer a existência de lacunas.
A partir desse diagnóstico, é possível ter um direcionamento mais efetivo sobre o que deve ser feito para implementar a inclusão de forma efetiva na cultura.
2. Benchmark para identificar as melhores práticas
Adotar práticas inclusivas também envolve o benchmarking com as principais iniciativas do mercado. A ideia é pesquisar empresas que são referências em diversidade e inclusão para analisar o que essas companhias fazem e quais resultados elas alcançam.
Uma forma eficiente de fazer isso é considerando os Rankings de Diversidade GPTW, por exemplo. Com essas seleções, é possível identificar as melhores empresas para trabalhar considerando perspectivas variadas, como gênero, raça, orientação sexual e outros pontos.
Após identificar quais são as companhias que se destacam, é possível mapear as estratégias adotadas por elas. Considerando a cultura e os objetivos do negócio, há a possibilidade de adaptar essas boas práticas, tornando-as alinhadas ao seu contexto organizacional.
3. Criação e acompanhamento de metas
Depois de fazer esses reconhecimentos iniciais, é fundamental estabelecer metas claras para a cultura inclusiva. É dessa forma que será possível avaliar o sucesso das estratégias e identificar onde estão os principais pontos de melhoria.
O ideal é estabelecer metas mensuráveis, temporais, específicas e baseadas em dados. Em vez de definir apenas a equidade de gênero como um objetivo, faz mais sentido estabelecer o “aumento de 30% da presença feminina em cargos de liderança nos próximos 18 meses”, por exemplo.
Também é fundamental divulgar essas metas de modo que todos os envolvidos saibam quais são os resultados esperados. Com um acompanhamento consistente desses resultados, há como ajustar ações e potencializar o alcance de resultados.
4. Capacitação de lideranças
Para consolidar uma cultura verdadeiramente inclusiva de modo sustentável no longo prazo é essencial capacitar as lideranças. Nesse contexto, é relevante realizar treinamentos sobre temas como vieses inconscientes, comunicação empática e promoção efetiva da diversidade.
Entre as formas de realizar a capacitação para esses e outros temas relevantes é por meio de workshops e treinamentos direcionados. A participação em eventos relacionados ao tema e até a mentoria com profissionais especializados são outras medidas interessantes.
Ainda, vale a pena estimular a comunicação e a troca de experiências entre lideranças. O compartilhamento de aprendizados é mais uma poderosa ferramenta para tornar líderes em agentes-chave dessa transformação da cultura.
5. Treinamento e sensibilização para equipes
Além das lideranças, é preciso que os times também estejam preparados e conscientes sobre a relevância da diversidade. Para engajar as equipes nesse sentido, é válido realizar treinamentos e ações de sensibilização.
Atividades de letramento sobre a diversidade, com conceitos como privilégios e equidade, ajudam o time a dar passos importantes sobre o tema. Com o letramento racial, por exemplo, é possível tornar os profissionais mais conscientes sobre as questões que envolvem o racismo.
Também vale a pena realizar workshops com especialistas no assunto e mesmo com colaboradores da empresa. A ideia envolve compartilhar vivências e visões diferentes, gerando conexão efetiva.
Ainda, vale a pena focar em produzir e oferecer materiais relevantes sobre o tema, como parte da comunicação interna. Assim, há mais chances de as pessoas se envolverem ativamente com a construção e consolidação de uma cultura inclusiva.
6. Recrutamento mais inclusivo
Além de desenvolver ações pensando em quem já está na empresa, é fundamental implementar um recrutamento mais inclusivo. Essa é uma forma de atrair pessoas com diferentes experiências e características, contribuindo diretamente com a inclusão.
Nesse sentido, um dos pontos mais importantes é a eliminação dos vieses inconscientes. O ideal é ter descrições de vagas neutras e capazes de atrair diversos perfis.
Também é importante divulgar as vagas em múltiplos canais e plataformas, evitando que apenas certos grupos tenham acesso às oportunidades. Ainda, vale a pena adotar medidas de recrutamento às cegas, como a triagem de currículos que exclui dados como gênero e idade.
Durante as entrevistas, é importante que as perguntas não sejam excludentes e que as avaliações ocorram de modo padronizado e justo. Outra possibilidade é estabelecer parcerias com entidades que ajudem a selecionar profissionais de grupos minorizados, por exemplo.
7. Criação de um ambiente acolhedor
Para a cultura inclusiva prosperar e se consolidar, também é fundamental criar um ambiente de trabalho positivo e acolhedor. Do contrário, as estratégias anteriores não serão efetivas como o esperado.
Para garantir o acolhimento é especialmente relevante investir em comunicação e transparência. Desde encontros regulares a plataformas e pesquisas anônimas, as pessoas devem ser capazes de expressar ideias, impressões, preocupações ou dificuldades.
Entre as medidas, está a promoção da cultura de feedback, de modo que lideranças sejam capazes de dar e receber retornos sobre os resultados. Também vale pensar na criação de grupos de afinidades, o que permite que as pessoas se expressem com ainda mais liberdade e segurança.
Fora isso, o acolhimento também envolve atenção a pontos como o reconhecimento justo de resultados e a promoção do sentimento de pertencimento.
Com essas 7 estratégias, sua organização dará passos importantes para implementar e consolidar uma cultura inclusiva de verdade. A partir disso, é possível obter resultados positivos tanto dentro quanto fora da empresa, potencializando os resultados.
Com orientação estratégica e qualificada, é possível construir um ambiente de trabalho mais diverso e inclusivo de forma mais estratégica.
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