A qualidade de vida no trabalho tornou-se um fator determinante para a satisfação e o desempenho dos colaboradores. Cada vez mais, as pessoas estão buscando um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, o que inclui ter motivação para acordar todos os dias e colaborar para o sucesso de uma empresa.
Por mais que a carreira seja importante, o tempo para o lazer e momentos em família passou a ter maior significado e relevância. Mais do que salário e benefícios é preciso oferecer condições para uma rotina dinâmica e produtiva, conectada a um ambiente que seja saudável para todos.
Fizemos uma lista de abordagens em que o RH pode atuar e que contribuem para o bem-estar dos funcionários e, consequentemente, para o sucesso da empresa.
1. Flexibilidade e equilíbrio
A criação e implementação de políticas flexíveis que permitam aos funcionários conciliarem suas responsabilidades profissionais e pessoais favorece a qualidade de vida no trabalho.
De acordo com dados do Relatório Flexibilidade no Trabalho, desenvolvido pelo Ecossistema Great People & GPTW, mais de 98% das pessoas empregadas afirmaram que a flexibilidade é um diferencial no trabalho. Além disso, 78,8% trocariam o emprego atual por um que ofereça mais flexibilidade e 83,7% recusariam uma proposta não flexível.
Entre os freelancers, 87% acham a flexibilidade um fator essencial na escolha de um novo trabalho e, dentre as pessoas desempregadas, 68% recusariam uma proposta não flexível. Ou seja, flexibilidade não é mais um “algo a mais”; agora, é uma demanda que não dá mais para ignorar.
Embora o salário e os benefícios sejam ainda importantes, para muitos talentos, é preciso haver um equilíbrio na conexão entre trabalho e vida pessoal. Eles esperam ter uma experiência positiva e global, onde tanto o dinheiro quanto a saúde estejam equalizados.
O trabalho flexível envolve a liberdade de gerenciamento da própria rotina e a necessidade de reconhecimento de acordo com a entrega, e não com o tempo dedicado à empresa. As pessoas desejam ter mais autonomia, ou seja, trabalhar quando e de onde quiserem, o que estimula a adesão de modelos como home office, híbrido e anywhere office.
2. Bem-Estar Físico e Mental
O cuidado com a saúde no ambiente de trabalho deve ser ampliado, tratando questões de ergonomia e bem-estar emocional. É preciso pensar no acesso a espaços individuais e coletivos, bem como no conforto de quem passa longas horas executando suas atividades no mesmo ambiente.
Já em relação à saúde mental, a promoção pode ser feita por meio de programas específicos como treinamentos e capacitações de lideranças. Os líderes devem estar preparados para gerenciar suas equipes pensando no bem-estar e saúde das pessoas, levando em conta as diferenças e necessidades de cada um.
A construção de uma cultura saudável adota uma postura preventiva, para evitar consequências para os colaboradores e para a empresa. A falta de gestão da carga de trabalho ou dos conflitos que abalam o clima organizacional podem desencadear Burnout e aumentar os índices de absenteísmo e até mesmo turnover.
3. Desenvolvimento Profissional e Oportunidades de Crescimento
Um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) bem-estruturado permite trabalhar a jornada de cada colaborador dentro da empresa e oportunizar o crescimento. O colaborador chega com diversas skills já desenvolvidas, mas pode ter o perfil melhorado se a empresa souber investir na capacitação.
O desenvolvimento tem um caráter de valorização profissional, o que contribui para o engajamento e satisfação dos funcionários. O aproveitamento e aprimoramento das habilidades e competências, além de fortalecer o vínculo, gera maior senso de pertencimento, e dificilmente talento feliz onde trabalha buscará nova oportunidade no mercado.
4. Ambiente de Trabalho Positivo e Inclusivo
O fit cultural potencializa o alinhamento de valores e propósitos, provocando um match perfeito entre talentos e empresa. As pessoas estão buscando um significado maior do trabalho, além de cumprir uma jornada em troca de um salário e benefícios.
Um ambiente positivo, propício ao crescimento e desenvolvimento, propõe a inclusão e o desejo de construir uma carreira. Assim, o ambiente de trabalho influencia a qualidade de vida dos funcionários no sentido de todos trabalharem felizes, em conformidade com aquilo que acreditam, fazendo valer as horas dedicadas à empresa.
Segundo dados do Relatório Trabalho Ideal, a conexão de valores e propósitos ocupa o topo da lista de prioridades para 72,2% dos respondentes.
Portanto, é essencial que as oportunidades de emprego ou motivos para permanecer na empresa estejam mais alinhados com as perspectivas de trabalho ideal que, além da liberdade e autonomia, ofereça uma boa remuneração em um ambiente saudável, respeitoso e inclusivo.
5. Lideranças capacitadas
É praticamente impossível construir uma estratégia ou garantir um bom ambiente de trabalho, que ofereça qualidade de vida, sem lideranças capacitadas e empáticas. O líder é, naturalmente, um formador de opinião e figura essencial para incentivar e inspirar os colaboradores a se envolverem com os objetivos da empresa.
Um estudo conduzido pelo Gallup mostra que cerca de 70% das variações de engajamento dos colaboradores estão diretamente ligadas à postura da liderança, exercendo grande impacto no desempenho da equipe, o que pode aumentar uma média de 70% da produtividade.
O desenvolvimento da liderança para uma gestão humanizada, com mentalidade colaborativa, diversa e inclusiva é primordial para construir uma relação de confiança e parceria com todo o time — líderes são também colaboradores e como tal devem se sentir valorizados, pertencentes e engajados.
6. Comunicação Transparente e Participação dos Funcionários
A transparência da comunicação institucional gera um ambiente de trabalho confiável e, consequentemente, mais saudável. No relatório, 48,8% dos respondentes acreditam que os processos organizacionais podem ser duramente comprometidos pelas falhas na comunicação.
Com isso, outros importantes aspectos podem ser prejudicados, como o alinhamento entre a equipe, a transmissão dos valores da empresa para os profissionais e o engajamento dos colaboradores nas atividades desempenhadas.
O compromisso e responsabilidade da empresa com a transparência e a verdade são também elementos cruciais na construção de uma cultura de confiança.
Portanto, a escolha do canal adequado e o compartilhamento oficial das informações evitarão entendimentos equivocados e conflitos no grupo, fomentando um ambiente de trabalho saudável.
7. Benefícios e Incentivos Personalizados
A oferta de benefícios e incentivos personalizados, que atendam às necessidades individuais dos funcionários, tem grande relevância na qualidade de vida no trabalho. Isso porque cada um sabe exatamente do que precisa para se sentir bem na empresa em que trabalha e ter uma vida pessoal satisfatória.
Quando os benefícios desagradam ou são insuficientes como complemento do orçamento, a tendência é que os talentos busquem oportunidades que sejam capazes de suprir suas necessidades pessoais e profissionais.
É importante ampliar a visão para além dos benefícios obrigatórios e tradicionais, visando tornar a empresa diferenciada no mercado. Os benefícios flexíveis agregam valor à marca e despertam a vontade de vínculo de candidatos e colaboradores pelas vantagens oferecidas.
Enquanto há colaboradores que podem e se sentem felizes trabalhando home office, outros estarão mais engajados dividindo o mesmo espaço com a equipe, porém com um horário de trabalho flexível.
Assim, o vale transporte de quem trabalha de casa pode ser substituído por um auxílio estudo ou vale-cultura, por exemplo. Quando a empresa amplia o leque de benefícios e contempla as necessidades de forma personalizada, promove a qualidade de vida no trabalho, e impulsiona ganhos como:
maior satisfação dos colaboradores;
redução do turnover;
estímulo à permanência de talentos;
fortalecimento do conceito de marca empregadora;
incentivo à produtividade;
construção de um sentimento de justiça;
respeito às diferenças em necessidades e expectativas.
Profissionais de RH desempenham um papel crucial na criação de um ambiente de trabalho que promova o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, o bem-estar físico e mental, o desenvolvimento profissional e a inclusão.
Ao adotar estratégias práticas e personalizadas, as empresas podem construir uma cultura que não apenas atrai os melhores talentos, mas também os mantém engajados e produtivos a longo prazo.
Por isso, investir na qualidade de vida no trabalho não apenas melhora a satisfação dos funcionários, mas também impulsiona a produtividade e aumenta a permanência de talentos.
Uma junção de fatores que coloca as pessoas no centro do negócio e transforma a empresa em um melhor lugar para se trabalhar, elevando seu conceito de marca empregadora.
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