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ESG no RH: 5 pontos para observar e colocar em prática

Atualizado: 4 de out.


ESG no RH



Os princípios ESG — relacionados à sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa — se tornam cada vez mais um componente estratégico para as companhias. E eles não se limitam a companhias comprometidas com a responsabilidade social.


Segundo o nosso relatório “Tendências de Gestão de Pessoas em 2023”, “investir em ESG não é algo reservado para empresas que querem apenas ter um diferencial ou para grandes empresas, de capital aberto ou exportadoras. Na verdade, é mandatório se preocupar genuinamente com o assunto para ser uma empresa relevante e competitiva”.


Para desenvolver uma cultura ESG e fazer os funcionários entenderem sua importância e se engajarem no tema é essencial trabalhar o ESG no RH. Afinal, a área precisa estar envolvida em todo o processo: desde o início até a implementação das práticas, a comunicação para a equipe e a garantia de que as políticas estão funcionando.


Mas como isso funciona na prática? Neste artigo, abordamos a interseção de práticas ESG no RH e como usar esses princípios para transformar o ambiente de trabalho!


1. Aquisição de talentos


A aquisição de talentos é um desafio comum para profissionais de recursos humanos de boa parte das empresas. Para driblar parte desses obstáculos é possível recorrer à adoção de práticas ESG desde os momentos iniciais do recrutamento e seleção.


Além de ajudar a atrair profissionais qualificados, essa é uma forma de chamar a atenção de talentos com valores alinhados aos princípios ESG. Segundo o “Relatório do Trabalho Ideal”, a adoção de práticas ESG é um critério para a busca de um novo trabalho para 53% das pessoas.


Para tanto, é interessante considerar a adoção de algumas práticas que tornam essa etapa mais alinhada com os princípios ESG. Veja algumas delas!


Recrutamento ético

O recrutamento ético é uma abordagem que foca na equidade das oportunidades aos candidatos, criando condições justas e transparentes para a contratação. Ele está diretamente alinhado com os princípios ESG, já que a sustentabilidade social também se relaciona a uma atuação justa.


Nesse sentido, é fundamental que o recrutamento considere fatores-chave relacionados à sustentabilidade e à responsabilidade social. Uma questão a considerar é a atuação para eliminar os vieses que podem interferir nas decisões, como aqueles relacionados à raça, gênero, orientação sexual, idade ou deficiências.


Também é interessante buscar observar normas legais e éticas, como o uso responsável dos dados dos candidatos e a realização de avaliações consistentes com os objetivos da vaga. A ideia é não deixar que determinados aspectos pessoais, como ter filhos ou não, afetem os critérios profissionais, por exemplo.


Avaliação do impacto social dos candidatos

Durante o processo de recrutamento, também é essencial analisar o impacto social das pessoas candidatas. Isso é feito ao cruzar as habilidades e experiências de cada profissional com os objetivos do negócio em relação à sustentabilidade.


Ou seja, uma pessoa que tenha valores semelhantes à empresa em termos de ESG tende a ser um talento mais adequado, considerando esses critérios. Também vale pensar em como os trabalhos anteriores e as competências desenvolvidas podem fazer com que a pessoa ajude a companhia a atingir os resultados desejados.


Promoção da diversidade e inclusão 

Quando falamos na sustentabilidade, em especial no aspecto social, a promoção de diversidade e a inclusão tem um papel significativo. Compor times verdadeiramente diversos permite ter diferentes pontos de vista e bagagens no cotidiano, o que favorece a tomada de decisão.


Incentivar a diversidade e inclusão no recrutamento também é fundamental para apoiar determinadas iniciativas sustentáveis, como a equidade de gênero e raça. Além desses critérios, vale a pena desenvolver processos de recrutamento que ajudem a combater questões como o preconceito contra profissionais:


  • LGBT+

  • 50+ (etarismo)

  • com deficiência (capacitismo)

  • entre outros recortes

2. Desenvolvimento de talentos


A aplicação de ESG no RH também compreende o desenvolvimento dos talentos. Afinal, não basta atrair as pessoas mais alinhadas e, por outro lado, não garantir que elas se desenvolvam adequadamente ao longo da jornada na companhia.


Por isso, é fundamental que o RH trace e aplique estratégias voltadas à capacitação e ao desenvolvimento dos talentos. A seguir, confira formas de fazer isso com base no ESG!


Treinamentos e capacitações específicas

De modo geral, a realização de treinamentos com as pessoas colaboradoras é essencial para criar uma força de trabalho mais capacitada e preparada para os desafios do mercado. Isso se liga diretamente à questão social dos princípios ESG, já que os indivíduos poderão crescer na carreira e se desenvolver pessoal e profissionalmente.


Além disso, vale considerar que as capacitações podem ser voltadas para os princípios ESG, de modo específico. Dessa forma, há como sensibilizar as pessoas sobre o tema, tornando-as mais conscientes da importância da sustentabilidade.


Ainda, há a chance de os colaboradores oferecerem sugestões de melhoria na atuação sustentável. Isso pode ajudar a companhia a implementar mais facilmente os princípios dessa metodologia.


Estímulo ao engajamento social

Além de ensinar mais sobre ESG e suas particularidades, vale a pena pensar em questões relacionadas ao engajamento social. É o caso de apoiar programas e iniciativas de voluntariado, fazendo com que as pessoas vivenciem esse aspecto — inclusive fora do ambiente de trabalho.


A empresa pode decidir apoiar determinadas instituições sociais ou até criar o próprio instituto, se isso fizer sentido. Também há a chance de oferecer apoio a eventos e iniciativas de doação. Ao mesmo tempo, vale oferecer incentivos como dias destinados ao serviço comunitário ou eventos relacionados ao voluntariado.


Criação de uma cultura que valoriza o equilíbrio

A cultura organizacional tem um papel bastante relevante na adoção do ESG na rotina da empresa. Quando bem implementada, ela ajuda o negócio a ser mais sustentável e até a obter mais resultados. Entre os elementos para considerar, vale pensar no equilíbrio entre vida pessoal e profissional.


O elemento social é o mais impactado, já que é possível aumentar o bem-estar dos colaboradores quando existe equilíbrio entre esses aspectos da vida. Inclusive, é possível lidar melhor com questões de saúde física e mental e garantir mais satisfação das pessoas.


Desenvolvimento de habilidades do futuro

Um ponto essencial da capacitação de talentos relacionada à ESG tem a ver com o futuro do mercado de trabalho e de suas necessidades. Segundo o relatório “Future of Jobs Report 2023”, do Fórum Econômico Mundial, 23% dos empregos devem passar por mudanças em 5 anos. Alguns setores podem ter aumento de mais de 10% nas vagas, enquanto outros sofrerão quedas de até 12% nas posições.


Além disso, até 2027 cerca de 60% dos trabalhadores precisarão de treinamento. Porém, menos da metade dos profissionais tem oportunidades adequadas. Os dados ajudam a demonstrar a necessidade de as empresas focarem na qualificação de pessoas para o futuro.


3. Gestão de desempenho e governança transparente


O papel do RH quanto aos princípios ESG também se relaciona à governança, de modo geral. Essa questão exige, em especial, transparência nas ações, na comunicação e até na gestão de desempenho. Do contrário, pode ser mais difícil conseguir o engajamento e a confiança dos colaboradores com uma atuação realmente sustentável.


Descubra quais medidas o RH pode adotar para fomentar a governança! 


Elaboração de código de conduta 

A criação de um código de conduta é fundamental para a transparência de modo geral. Ela ajuda a estabelecer expectativas claras, definindo o papel dos profissionais e como eles devem agir para serem considerados éticos.


Essa também é uma forma de estabelecer claramente os princípios da organização, ajudando na comunicação até com o público externo, como partes interessadas de fora da empresa. Ainda, essa é uma forma de prevenir riscos legais e éticos e de reforçar no geral o compromisso da empresa com os princípios ESG.


Divulgação clara de critérios de avaliação

Outro ponto indispensável para uma governança transparente é a divulgação clara dos critérios de avaliação. As pessoas precisam saber exatamente como e quando serão avaliadas, bem como o peso dos critérios no resultado.


Essa é uma forma de trazer padronização e consistência ao processo, diminuindo os efeitos da subjetividade. Ainda, ter critérios claros de avaliação é indispensável para evitar os chamados vieses inconscientes, que podem até fomentar preconceitos. Na prática, essa divulgação clara ajuda a impedir a sensação de que há favoritismo por determinados profissionais e todos sentem que suas avaliações ocorrem de modo justo. 

Inclusive, vale pensar em incluir critérios ESG na avaliação. Incorporar nessa análise as habilidades e conhecimentos sobre os princípios ajuda a reforçar o tema na companhia, dando ainda mais relevância a ele.


Transparência nas práticas de remuneração

O ESG no RH pode se manifestar, na governança, por meio da transparência quanto às políticas de remuneração. Isso ajuda a evitar, por exemplo, a disparidade salarial de gênero. O chamado pay gap entre homens e mulheres era de 22% no Brasil, no final de 2022. Logo, as trabalhadoras brasileiras ganham, em média, 22% menos que homens nas mesmas funções.


Desenvolver e implementar uma política de remuneração transparente é uma forma de identificar e solucionar essas disparidades. Com ela, também é possível gerar mais confiança nos colaboradores, além de garantir uma atuação mais ética e socialmente responsável.


4. Bem-estar e saúde mental no trabalho


O ESG no RH também envolve a adoção de práticas relacionadas à saúde e ao bem-estar emocional das pessoas colaboradoras. A ideia é que o ambiente de trabalho seja um ambiente saudável, em vez de ser o causador de problemas como ansiedade, depressão e burnout.


Para alcançar esse resultado, é preciso implementar práticas específicas. Veja quais são!


Apoio à saúde mental dos talentos

Quando o assunto é a saúde mental, é essencial utilizar estratégias e soluções que sirvam para apoiar as pessoas. A oferta de benefícios relacionados, como suporte psicossocial, workshops, treinamentos e rodas de conversa, é essencial para consolidar essa questão no dia a dia do trabalho.


Estímulo à diversidade e inclusão

O cuidado com a saúde emocional e o bem-estar das pessoas também se relaciona à diversidade e inclusão (D&I). Isso é especialmente relevante no caso de grupos subrrepresentados, que se sentirão mais incluídos em um ambiente que promova a equidade.


Além disso, a criação de um time diverso tende a favorecer os relacionamentos e o clima organizacional por causa das medidas adotadas. Logo, isso contribui com a saúde emocional de todos.


Estabelecer políticas flexíveis de trabalho

Outra forma de cuidar da saúde mental dos colaboradores envolve a flexibilidade. Oferecer horários flexíveis e regimes diferenciados de trabalho — como híbrido ou remoto — são pontos que tendem a favorecer a satisfação e o bem-estar das pessoas.


Ainda, vale considerar os dados do nosso relatório “Flexibilidade no Trabalho”. Para 98,1% dos respondentes com vínculo empregatício, a flexibilidade é um diferencial e um fator decisivo para trocarem de emprego (78,8%) ou recusarem uma proposta (83,7%). Além disso, 81,3% disseram que cuidariam melhor da saúde física e/ou mental com mais flexibilidade no trabalho.


Adoção de práticas de segurança e saúde ocupacional

O aprofundamento em questões de saúde mental se beneficia, ainda, de práticas relacionadas à segurança no trabalho e à saúde ocupacional. A criação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), a realização de treinamentos sobre o tema e a implementação de boas práticas adaptadas à rotina da empresa são alguns pontos interessantes para considerar.


Um programa de ginástica laboral, por exemplo, faz parte das medidas de segurança do trabalho e saúde ocupacional. Além de ajudar nas questões físicas, como a prevenção de lesões, pode servir para o alívio do estresse e a prevenção da ansiedade. Logo, vale considerar soluções que façam essa interseção.


Desenvolvimento de lideranças

A capacitação de lideranças é essencial para ter uma empresa que realmente se preocupa com a saúde mental. Nesse contexto, vale a pena realizar treinamentos que ajudem líderes a se sensibilizarem sobre a questão de bem-estar mental. Isso favorece a gestão emocional do time, fortalece os laços e ajuda a criar um ambiente positivo nesse sentido.


5. Tecnologia e inovação em RH com governança responsável


O uso de tecnologia no RH é uma tendência inevitável, já que ela oferece mais produtividade, eficiência e menos vieses. Na hora de adotar esses recursos, é interessante utilizar as práticas ESG, que guiarão o processo para que ele ocorra de modo ético e responsável.


A seguir, veja como incorporar o ESG no RH quando o assunto é tecnologia — e entenda como tornar esses recursos uma ferramenta poderosa para impulsionar as práticas ESG no ambiente de trabalho!


Respeito à privacidade dos usuários


Ao escolher sistemas de gestão de RH, por exemplo, é essencial optar por ferramentas que respeitem a privacidade dos dados das pessoas colaboradoras. Não apenas isso garante alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), como também ajuda a fortalecer a relação de confiança entre as partes.


Uso de automação para redução de vieses

Para desenvolver processos de RH éticos também vale considerar o uso de ferramentas de automação. Ao incorporar a inteligência artificial para reduzir os vieses, por exemplo, é possível realizar etapas, como recrutamentos e avaliações de desempenho, de forma mais justa.


Análise de dados ética 

A adoção de People Analytics ajuda o RH e a gestão organizacional, no geral, a tomar decisões melhores. Para que isso seja feito segundo os critérios ESG, é essencial que o processo seja realizado de forma ética e transparente, favorecendo de verdade a força de trabalho.


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Conclusão


A incorporação do ESG no RH não deve se limitar às iniciativas de responsabilidade social. Em vez disso, é possível tornar essas práticas a espinha dorsal de uma cultura organizacional que valoriza a sustentabilidade ambiental, a equidade social e a transparência.


Nesse contexto, o RH tem o importante papel de agir como catalisador das transformações. Desse modo, o setor consegue atender às expectativas das partes interessadas — de colaboradores a acionistas — e ainda contribui para a construção de um futuro empresarial mais ético e sustentável.


Conte com apoio qualificado na construção da jornada ESG da empresa. Conheça a Great People ESG para saber mais sobre suas soluções!

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